domingo, 22 de dezembro de 2013

FEIRART SOBRAL CEARÁ


Aconteceu, nos dias 13 e 14 de dezembro, na Praça São João, a 47ª edição da FEIRART em Sobral. O evento teve por objetivo expor trabalhos e divulgar novas tendências e expoentes do artesanato cearense. Além de exposições o evento contou ainda com a participação das Bandas "Debora Lima" e "Kbra da Peste".

Divulgação dos cursos semipresenciais da UFC Virtual

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Arte em defesa do SUS

Arte em defesa do SUS Acesse aqui.
 
  Como é característico da militância da saúde do Estado, a arte foi usada em diversos momentos de intervenção na Caravana em Defesa do SUS no Ceará:

ROTEIRO CENOPOÉTICO PARA A CARAVANA SUS EM FORTALEZA

Música de abertura

De sonhação
o SUS é feito;
com crença e luta
o SUS se faz.
Saúde é coisa branco?
Saúde é coisa de preto?
Saúde é coisa de gente?
Saúde comporta gueto?
De sonhação
o SUS é feito;
com crença e luta
o SUS se faz.
Saúde é coisa de elite?
O SUS é coisa do povo?
O acesso tem um limite?
O SUS é vida pra todos?
De sonhação
o SUS é feito;
com crença e luta
o SUS se faz.
Toda doença é complexa
do nascedouro ao finzinho
porque nasce em ser complexo
não há reta nem convexo
não despreze um só caminho
De sonhação
o SUS é feito;
com crença e luta
o SUS se faz.

Todos -
         O sonho é nosso, a prática também. A luta é de todos, as conquistas também. Até dos que criticam? Principalmente. Quando participam e têm o SUS como um bem. Um bem comum, universal. Que nasceu e sobrevive! E quer continuar e precisa existir!
- Um tal fulano morreu.
- De doença ou vil metal?
- Não se sabe bem o mal.
- E o Sistema convencional o que tem a ver com isso?
- É grande o rebuliço pra botar culpa no SUS.
- A mídia não induz o povo a acreditar que o SUS é o problema da saúde do País?
- Assim se ouve nos jornais televisivo e por escrito.
- Ela no SUS não acredita ou só vê o que na prática ainda é falho?
- Há uma parte que deturpa e difama tudo aquilo que contraria os interesses daqueles que a mantém.
- Há interesses, grana em jogo?
- Dar pra sentir as evidências. Além disso, há as crenças, os conflitos de paradigmas; futricas e resistência de cunho ideológico, sem contar com a cultura da medicina convencional; e os efeitos da formação na prática profissional.
- Isso significa dizer que é preciso uma mudança mais que simples, radical?
- Entre outras coisas: na formação dos trabalhadores com reestruturação do plantel, desfragmentação das ações; democratização da gestão, eficiência nos serviços, educação permanente, investimento nas pessoas.

- O SUS é uma coisa boa pelo visto, mas pelo que assisto na mídia inteira do Brasil,
ele é uma ameaça, inimigo de causar tédio à indústria do remédio e todo empresariado da saúde de mercado, da indústria da medicina.
- Por isso mesmo o SUS ensina que essa batalha vem de longe, que nada fácil nos fascina; e agora mais fortalecida nossa luta pela vida só começa, não termina.

Música -
Diz aí meu Brasil!
O SUS é teu por inteiro
ou sonho de iluminado?
E o povo brasileiro
o que sabe, o que nos diz,
é o SUS um legado?
- Só perguntando a todo mundo de rua em rua, praça em praça.
- É preciso sair das corporações, descer das academias, romper as carapaças das elites no dia-a-dia infiltradas.

Dessetorializar as políticas?
Destituir as secretarias?
Dar adeus aos burocratas?
Varrer a tecnocracia?
Dançar nos braços do povo e em diálogo permanente, respeitando o jeito da gente, tecer a cidadania.

- Isso é o SUS dos nossos sonhos?
- Vamos seguir perguntando até não faltar ninguém; construir o SUS da gente com o que faz, sonha e sente e que esse SUS lhe faça bem.
- Percorrer o mundo afora transmitindo a boa nova.
- A caravana. A caravana é uma idéia?
- É uma iniciativa válida, mas pode ser mais popular.
- Saindo um pouco do corpo, do seio própria da saúde? Do falar para nós mesmos? Das especialidades?
- Isso mesmo. É verdade. Envolver os cidadãos e as cidadãs, discutindo cada passo dado pelo SUS - seus avanços e recuos, entendimentos, confusões; renovando aprendizagens e práticas de atuação - do que foi ao que é que há, do como ser ao que será - fortalecendo o coletivo, ampliando os horizontes.

Música -
Se cada causa é uma causa,
o descaso como fica?
Pela vida a gente briga
a gente vive, a gente ama.
Mas se acaso transformarem-se
em muro as diferenças
nada justificará
morrer pela indiferença.
- Não há caminhada longa sem tropeços, cansaços, tensões. O que mais importa agora é ver cada vez mais gente enxergando, crendo, cuidando e defendendo o horizonte comum que é o SUS e a vida.
- Então, mãos à obra porque há muitos desafios pela frente; muito combate haverá com aqueles que se arvoram a defender e pregar o fim da história, memória e luta do povo; e do SUS como sistema de vida digna pra todos.

Música -
Joana que era anti-SUS
ficou sem vida, avarenta.
Será que valeu a pena
morrer pelo vil metal
na UTI do capital
ser lacraia do sistema?
Joana que era sem pena
agora clama um abraço.
Joana que era anti-SUS
sem bater nem a pestana
no instante que passou mal
valeu-se desse sistema.

- Candidata potencial a empresária da doença, Joana, por meio da mídia, saraiva tantos torpedos contra a saúde coletiva e o SUS em ascensão; induz a gente ao consumo de uma saúde ideal baseada na biomedicina e no poder de capital; falsificando até os sonhos de um povo em precisão.
- Assim cantamos o SUS não mais só como ideal, porém como campo de luta, de defesa, amor à vida; como sistema de saúde único e próprio do Brasil que há mais de vinte anos desponta como saída; só não viu quem não quis ver, no mundo está pra nascer política, experiência com tanto potencial.

Música -
De sonhação
o SUS é feito;
com crença e luta
o SUS se faz.
Saúde é coisa branco?
Saúde é coisa de preto?
Saúde é coisa de gente?
Saúde comporta gueto?
De sonhação
o SUS é feito;
com crença e luta
o SUS se faz.
Saúde é coisa de elite?
O SUS é coisa do povo?
O acesso não tem limite.
O SUS é vida pra todos.
De sonhação
o SUS é feito;
com crença e luta
o SUS se faz.
Toda doença é complexa
do nascedouro ao finzinho
porque nasce em ser complexo
não há reta nem convexo
não despreze um só caminho
De sonhação
o SUS é feito;
com crença e luta
o SUS se faz.

- A roda viva faz-nos vê que a vida é simples
e que o mundo é uma roda, uma síntese;
daí sentirmos que a vida está no povo,
que dele sai o novo, é dele que a vida vem.
Cantando forte, dançando mais
em plena rua a vida é luz a celebrar;
os passos dados refletem o caminhar,
o SUS moveu a gente e nos pôs para lutar.
Em caravana um patrimônio a defender
que não carece de citar a sua idade
o SUS em vida provando sua vocação
quer pertencer à nação e a toda humanidade.
SUS é sustança de uma vida mui sonhada
que nos anima a abraçar causa tão justa
da gente humilde a mais sofisticada;
é juventude que avigora e não assusta.

Música -
A vida é o fluxo da história
o movimento da maré
ré ré ré
ré ré ré ré ré ré
Na vida rola a brincadeira
rola o SUS como universo
o SUS circula em prosa e verso
SUS é mudança de visão
das ciências e das práticas
ecologia dos saberes
seu doutor é cultura popular
- Usar o SUS é respeitá-lo,
acreditar no que é público;
exigir que funcione
é dever de todos nós;
criticá-lo sem o usar
é ver a ética mui ferida;
apoiá-lo é nutrir sonhos,
muita esperança de vida.


ADAPTAÇÃO Por Ray Lima do roteiro sobre doença falciforme
produzido por Ray Lima, Vera Dantas, Elias J. Silva e Márcio Firmino para o III Mostra Nacional de 

Produção em Saúde da Família, Brasília 2008.

Músicas de Johnson Soares e Ray Lima

Intervenção Cenopoética com:
Vera Dantas, Elias J. Silva, Johnson Soares, Paulo Nogueira, Jair Soares, Edvan Lourenço e Ray Lima (Integrantes da equipe do projeto Cirandas da Vida do Sistema Municipal Saúde Escola – Secretaria Municipal de Fortaleza-CE).


SUS 20 ANOS
I
há pouco tempo,
num tempo em que saúde
estava dividida
em espaços desconexos,
sofrer uma dor qualquer
ou a moléstia que fosse,
carecia ter "carteira assinada"
ou poder pagar por socorro.
senão se valia
da porta da misericórdia
ou da indigência
(com critérios frágeis
e quase nenhum remédio)
ou então no fundo rural
de uma rede até o cemitério.
II
reinava ainda
a escuridão da ditadura
mas, alguns batalhadores
resistiam,
refletiam coletivamente
entre si e com usuários
(também com alguns que
ainda não conseguiam sê-lo),
pensavam outro modelo
para a saúde no país.
daí saiu a proposta,
a emenda popular.
nasceu o SUS, dessa gestação,
na Constituição Federal.
III
hoje, 20 anos depois,
vai-se implantando
(com acertos, defeitos
e recursos parcos),
com a dedicação de muitos,
buscando alcançar:
atenção universal,
equidade e qualidade.
há que SUStentar,
há que perseverar na luta
por muitos 20 anos mais.

Composto e recitado por Chico Passeata na solenidade de abertura.