Ensino superior
CFM critica decisão do MEC de criar vagas em medicina
Aloizio Mercadante anunciou, na terça-feira, a criação de 2.415 vagas em cursos de medicina (Agência Brasil)
O Conselho Federal de Medicina (CFM) criticou a decisão do governo federal de criar 2.415 novas vagas em cursos de medicina
pelo país até o fim de 2013. Por meio de nota, o CFM afirma que as
escolas de medicina existentes oferecem baixa qualidade e deficiência na
formação médicos e que a multiplicação das vagas não tem solucionado o
problema da falta de profissionais.
Das 141 instituições que oferecem cursos de medicina avaliadas pelo Conceito Preliminar de Cursos (CPC), 23 obtiveram notas ruins: entre 1 e 2. Nenhuma universidade obteve a nota máxima 5. "Ambos os casos decorrem da abertura indiscriminada de novas vagas e novos cursos de medicina em território nacional", diz a nota do CFM.
Segundo o órgão, entre 2000 e 2012, o número de escolas médicas
passaram de cem para 185, e muitas não oferecem condições de
funcionamento. "A abertura de novas escolas ou o aumento no número de
vagas nas existentes é uma atitude desprovida de conteúdo prático e de
bom senso", diz a nota.
Durante coletiva de imprensa, na tarde de terça-feira, o ministro da
educação, Aloizio Mercadante, alegou que a relação de 1,8 médico por
1.000 habitantes no Brasil é insuficiente para o atendimento das
necessidades do país. O CFM afirma, no entanto, que há atualmente
371.000 médicos em atividade no Brasil, ou 1,95 médico a cada 1.000
habitantes. O número supera a média mundial: 1,4 por 1000 habitantes.
Há, contudo, discrepâncias entre as regiões do país. No Distrito
Federal, são 4,02 médicos por 1.000 habitantes. Já no Norte e no
Nordeste, o índice se aproxima ao registrado em nações
subdesenvolvidas. O CFM é enfático ao afirmar que "o Brasil não precisa
de mais médicos", mas de "bons médicos e de políticas públicas que
estimulem sua melhor distribuição pelo território nacional".
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