Porque
para trabalharmos com a questão social devemos ter conhecimento das
características da sociedade brasileira, considerando sua diversidade
sociocultural com embasamento histórico, analisando as demandas sociais
considerando os interesses dos segmentos populacionais e respeitando as
singularidades.
Como está a Antropologia brasileira hoje?
A Antropologia,
em seus primórdios, foi basicamente interdisciplinar e integradora. Com o
acúmulo de novas informações, de caráter diverso, tem havido uma
tendência cada vez maior para a especialização em determinada subárea.
No caso do Brasil, os Programas de Pós-Graduação em Antropologia estão
muito mais voltados à Antropologia Social ou Cultural do que às outras
subdisciplinas (Arqueologia, Linguistica, Física/Biológica).
Em que medida a diversidade cultural contribui ou prejudica as relações sociais?
A
diversidade cultural positivamente contribui para o enriquecimento da
cultura, a singularidade dos grupos sociais, a dinamização das relações e
o fortalecimento da unidade do homem.
Como
ponto negativo da diversidade cultural temos as relações baseadas nas
dificuldades de aceitação ou de etnocentrismo, de intolerância como
preconceito, discriminação seja a nível etnico, de genero,
socioeconomico. Essas
relações negativas estão pautadas na não aceitação do outro, como ele é
e do não conhecimento do mesmo. Assim como a cultura determina, essas
relações ela também é determinada pelo homem, ou seja, a cultura humana
condiciona a visão de mundo e comportamento do homem, mas ela pode ser
reconfigurada.
Qual é a visão do "homem branco" a respeito dos povos indígenas? Uma visão relativizada ou etnocêntrica?
R - Baseado
nas pesquisas e artigos cientificos lidos, posso dizer que há uma
dicotomia sobre as relações dos povos não indígenas e os povos
indigenas. O homem "branco" desenvolveu as duas visões tanto a
relativizada como a etnocentrica. Estratificando
estatisticamente, há uma porcentagem maior nas relações de
etnocentrismo. Justifico que o indio pertence a uma minoria, hoje,
brasileira. A pouco tempo foi criado o Direito Indigena, legislação que
ampara essa minoria em sua identidade socio-cultural, garantia e
preservação de suas terras, etc. Citando Rodolfo Farah em Direito e
Antropologia [online]: pensar a humanidade formada por seres que
compartilham uma mesma e única natureza, como uma coisa só; de outro
lado, compreender e definir essa natureza humana em relação à
diversidade sócio-cultural produzida como sua marca distintiva e
necessária." (FARAH, R. Direito e Antropologia. 2005). No
lado relativista, há etnólogos, antropologos, naturalistas, cientistas
sociais que defendem essa diverdidade indigena, admitem que a
miscigenação brasileira passou pela base indigena e que esses povos são
seres humanos merecendo todas as prerrogativas que a legislação estende
aos cidadaos brasileiros. Ao final toda discussão retoma ao ponto de
partida, a cultura. Por que não aceitar, ou ao menos respeitar os povos,
sociedades e grupos diferentes?
FARAH, Rodolfo. Direito e Antropologia. 2005. Disponívem em
ASSASSINATO DE CRIANÇAS INDÍGENAS NA AMAZÔNIA do youtube com o link: http://www.youtube.com/watch?v=Y3YUO98f000 é
extremamente estarrecedor você perceber que existem tantos
comportamentos diversos e cruéisem nosso paíse não me restrinjo somente
aos índios. Uma tribo indígena que mata suas próprias crianças, pois
acreditam que são deficientes por possuirem espíritos malignos e que a
unica solução é enterrando-as vivas. Pode ser por esses comportamentos
advindos de sua cultura que são tão excluídos ou violentados em seus
direitos. Uma índia indignada (Muadi) com o comportamento adotado em sua
tribo preferiu abandonar seu povo a sacrificar sua filha que nasceu com
deficiencia mental, tão cruel quanto o infanticídio foi a luta travada
por esses índios frente ao Congresso Nacional em Brasília (Lei Muadi) a
fim de extender os Direitos Humanos como proteção de suas crianças e
alguns parlamentares (deputado do PT - AM) em resistência, afirmar que a
Declaração dos Direitos Humanos não vale para indígenas, a Constituição
Brasileira não vale para indígenas é um desvario absurdo! Fiquei
indignada pois isso acontece com mulheres, crianças, jovens, negros,
índios, pobres necessitando buscar o poder público e as instâncias
maiores para socorro ter sua luta reduzida ou anulada!