terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O profissional de mídia social



Washington Forte, coordenador de comunicação digital | Foto: Genilson de Lima

Washington Forte, 22 anos, jornalista. Seria mais um recém-formado à procura de emprego, se não fosse um diferencial: o conhecimento em internet. Há seis meses ele é o coordenador de comunicação digital de uma grande instituição de Fortaleza. E este não é o primeiro emprego do Washington, que tem várias propostas toda a semana.
“Eu tenho alguns convites, é verdade, nunca senti o desemprego de verdade. Esta é uma área onde ainda há carência de profissionais. Mas só vale investir nessa área se realmente houver uma empatia, se não tiver afinidade será um profissional fadado ao fracasso; é um meio que você não tem conhecimento pleno. Toda semana aparece uma coisa nova, é preciso constante atualização ou você fica para traz”, diz o jovem.
Outra característica fundamental deste profissional é a curiosidade. Esta é uma profissão que ainda está sendo construída, está em movimento, e a cada temporada surgem novos mecanismos que precisam ser utilizados.
O jovem que quiser se qualificar nesta área tem espaço garantido no mercado, mas precisa levar o seu “serviço” até as empresas. Pequenas ou grandes, todas podem fazer uso positivo da era digital como ferramenta de divulgação, principalmente a mídia social. Geralmente este profissional é prestador de serviços, e começam a aparecer empresas especializadas no assunto.
E afinal, o que é mídia social? A explicação mais simples diz que se trata da reprodução em meio virtual do nosso círculo de amizades. É uma virtualização  dos relacionamentos. Estamos falando de Orkut, Facebook, Twitter, Linkedin, Skoob, etc. A cada dia surgem novas redes sociais. Algumas vão ficando de lado e outras ganhando espaço. E o que era pra ser uma rede de contato entre pessoas, acabou virando espaço de divulgação para empresas e instituições públicas e privadas. Virou uma maneira econômica e direta de saber o que o consumidor procura, assim como passar a imagem adequada da instituição e até mesmo prestar contas. Com essa nova ferramenta surgiu a necessidade de um profissional capacitado a utilizar a mídia social de forma adequada, e com conhecimento técnico adequado.
Esse novo profissional atua no contato direto com os clientes e deve saber principalmente a postura da empresa, qual a imagem que deve ser transmitida. “Um exemplo disso é uma empresa de celular que montou um blog e uma página no Facebook para conversar com o seu público e para tirar dúvidas. É uma conversa informal, mas sempre com a postura de empresa, seguindo um padrão. Já as empresas estatais, por exemplo, tem um peso institucional muito forte, fazem um outro modelo de relacionamento, menos de troca e mais  informativo. Como a transparência das contas, por exemplo. Nos dois casos os profissionais envolvidos devem trabalhar seguindo e repassando exatamente a imagem que a empresa quer fortalecer”, diz Washington Forte, que cita ainda como o trabalho desse profissional pode trazer resultados a curto prazo.
“Hoje é quase que obrigatório; uma empresa que trabalha principalmente com jovens tem que estar na internet e nas redes sócias também. Por exemplo, tem uma editora de livros que montou um livro de micro-contos no twitter. Os usuários que tiveram os twitters recolhidos ganharam brindes, e a editora ganhou muito mais. Ganhou um novo mailing. Ou seja, o contato direto com um público muito interessante e fiel. É um relacionamento social, a empresa criou uma relação onde o cliente se sente perto da empresa, se sente ouvido.”

ONDE SE QUALIFICAR
Os cursos especializados em comunicação social estão investindo em cadeiras voltadas ao jornalismo digital, mas é preciso procurar conhecimento também fora do ensino regular. Existem cursos presenciais e via internet, mas o melhor desse meio é que nem sempre é necessário pagar. “O conhecimento na internet é livre. Tem muitas pessoas que estavam à frente do seu tempo e hoje disseminam esse conhecimento,” diz Washington Forte. Uma dica é procurar os fóruns virtuais. Entre eles, o Fórum Cultura Livre, que tem a participação do governo federal e traz debates sobre mídia social e softwares livres.

DICAS DE SITES

iMasters Pro
Conhecido dos internautas que buscam conteúdo sobre TI na rede, o portal iMasters passou a oferecer eventos e treinamentos online através do iMasters Pro. Os cursos abordam programação, rede, desenvolvimento e conteúdo web, com um preço acessível. Um dos destaques é o de Técnicas de Produção e Estratégias de Conteúdo Digital (R$ 79,00).
Peer 2 Peer University
Quem baixa arquivos utilizando P2P, como os torrents, sabe que a tecnologia permite um compartilhamento abrangente. Agora, imagine a potencialidade do P2P aliada à educação. Essa é a idéia da Peer 2 Peer University (P2PU), um projeto de educação aberta, que oferece diversos cursos online aproveitando a internet e conteúdo livre. A maioria dos cursos é disponibilizada em inglês e espanhol, mas vale ficar atento à programação do site, que já ofertou treinamentos em português nas áreas de Hacking e Cidadania, e Redes Digitais.

Centro Knight para o Jornlaismo nas Américas
Vinculado à Universidade do Texas, em Austin, o Centro Knight oferece treinamento em mídias digitais para o jornalismo latino-americano e caribenho. Os cursos possuem um processo de seleção específico para jornalistas. Contudo, qualquer pessoa interessada em comunicação digital pode usufruir do conteúdo do site, que inclui notícias sobre o assunto e e-books gratuitos, em inglês, espanhol e português.

Google
A gigante das buscas pode contribuir muito para quem deseja aprender mais sobre redes sociais. Busque por “Mais ajuda de pesquisa” no Google, e aprenda como utilizar recursos de consultas para filtrar o conteúdo e encontrar o que realmente lhe interessa. Com isso você poderá localizar tutoriais, artigos e publicações digitais que auxiliem o seu aprendizado.

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