sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO CRACK

O Brasil vai investir, até o final de 2011, R$ 410 milhões para combater o consumo de crack e outras drogas no País. O enfrentamento prevê três frentes que vão abordar prevenção, combate ao tráfico e tratamento.
As ações são executadas por quatro órgãos federais inseridos no Plano: Ministério da Justiça (R$ 120 milhões); Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (R$ 100 milhões), Secretaria Nacional Antidrogas (R$ 100 milhões) e Ministério da Saúde (R$ 90 milhões).
O Ministério da Saúde já executou quase R$ 70 milhões até julho de 2011. Estes recursos foram aplicados tanto na ampliação da assistência direta à saúde de usuários de crack e outras drogas como também na capacitação de profissionais de saúde que atuam neste segmento.
As ações incluem aquisição de equipamentos, custeio e implantação de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS); incentivos financeiros para municípios de pequeno porte; qualificação e avaliação dos serviços e das redes de atenção em  álcool e outras drogas; qualificação profissional; capacitação de novos profissionais de saúde; Escola de Redução de Danos; implantação e manutenção de Consultórios de Rua; incentivo financeiro para ações de Redução/Prevenção de Danos em CAPS-ad (álcool e drogas); implantação de Casas de Acolhimento Transitório; incentivo financeiro para montagem de oficinas para geração de renda; financiamento de leitos de internação específicos para usuários de álcool e drogas e em comunidades terapêuticas.
O crack é uma substância derivada da cocaína, apresentada em forma de pedras, feita a partir da mistura da pasta base com diversos produtos químicos. É uma droga estimulante do sistema nervoso central, que causa o aumento da pressão arterial e aceleração dos batimentos cardíacos. O uso frequente pode provocar convulsões, parada cardíaca e levar à morte.
Saiba o que é o crack e como ele age no corpo dos usuários:
O que é o crack?
O crack é uma droga que se apresenta sob a forma de pasta endurecida ou “pedra”, e que contém cocaína, uma substância psicoativa (que gera efeitos no cérebro e na mente). Ele inicialmente produz um efeito excitante do sistema nervoso, porém tem forte poder de causar dependência, além de outros problemas à saúde.
Quem usa o crack, e quantos são seus usuários, no Brasil?
Não se sabe exatamente quantos são os usuários de crack no país. Estima-se que no Brasil haja centenas de milhares de usuários, principalmente adolescentes e adultos jovens. A maioria é das classes C e D e começa a usar por volta dos 14 anos. Entre os estudantes do ensino médio nas maiores cidades do Brasil, cerca de 0,5% já usou crack ao menos uma vez. Pesquisas em andamento deverão, a curto prazo, indicar com maior precisão quantos e quais são os usuários de crack, bem como as condições de uso e de vida desses dependentes.
Apenas no Brasil existe o crack?
Não. O crack é usado em praticamente todos os países das américas do Sul, Central e Norte, mas o Brasil observa no momento a recente explosão do uso do crack.
Como se usa o crack?
A “pedra” de crack é fumada (ao fumar, ela “estala”, daí o nome “crack”), como o fumo num cachimbo. Entretanto, a maioria usa qualquer apetrecho que permita fazer a pedra queimar, como latas de refrigerantes, canos de obra ou de vidro, etc. A fumaça liberada pela “pedra” é aspirada e rapidamente entra nos pulmões, de onde passa diretamente para o sangue e, então, para o cérebro. Tudo isso acontece em um período muito curto de tempo, questão de segundos.
Para que serve o crack?
O crack não tem nenhuma utilidade médica. A maioria dos usuários de crack começa a usá-lo por curiosidade. A droga é consumida inicialmente para obter um “barato”, caracterizado por excitação e agitação mental e física. Em seguida, uma vez instalada a dependência, usa-se nem tanto para obter a excitação inicial, mas para eliminar a “fissura”, um desejo muito intenso de consumir a droga.
Qual é a diferença entre o crack e a cocaína em pó?
Do ponto de vista do princípio ativo, ambos são a mesma substância. A diferença está da forma de apresentação (“pedra”, para o crack, e pó branco cristalino, para a cocaína), e na forma com exercem sua ação. A cocaína é aspirada e absorvida pela mucosa nasal, ou diluída em água e injetada na veia. Demora cerca de 5 minutos para chegar ao cérebro (onde apenas um terço da cocaína aspirada vai chegar) e seus efeitos duram em média 60 minutos.
A fumaça do crack inalada é conduzida pelo sangue diretamente dos pulmões para o cérebro em apenas 5 segundos (mais de 90% da cocaína contida na pedra chega ao cérebro). Os efeitos duram apenas 5 minutos e logo depois surge o desejo de voltar a fumar a droga.
Quais são os efeitos do crack?
No uso agudo, do ponto de vista emocional, observa-se forte inquietação e agitação mental, grande alteração do estado de humor (ou ânimo). Há uma inibição do apetite, agitação física, aumento da temperatura e das freqüências respiratória e cardíaca, suor excessivo, tremores, contrações musculares involuntárias (principalmente da mandíbula), tiques e dilatação da pupila. O uso crônico causa diversas complicações clínicas, como emagrecimento e favorecimento de infecções – inclusive dentárias, além de quadros de psicose, agressividade, paranóia e alucinações. A longo prazo, o usuário se torma um “zumbi” ou, na linguagem popular, um “nóia”.
Quanto tempo se demora para ficar dependente do crack?
Apesar de muitas pessoas dizerem que crack “vicia” no primeiro uso, o que se sabe é que – como toda droga – o uso repetido é o que causa a dependência. Diferentemente das outras drogas, o crack, entretanto, é muito rápido para causar a dependência, por ter sua absorção quase total e de forma muito rápida, seguida de uma sensação muito desagradável quando o efeito passa.
Essa sensação é pouco tolerada pelo usuário, o que faz com que ele rapidamente tente utilizar novamente a pedra. Usuários de crack não guardam restos da droga para utilizá-la depois, consumindo sempre todo o seu estoque. Esta repetição de uso é que contribui – junto com o potente efeito da droga – para que o usuário fique dependente de forma rápida.
O que é pior: crack ou maconha?
São drogas diferentes, com efeitos diferentes. Entretanto, uma vez que o crack deixa o indivíduo mais impulsivo e excitável, e gera dependência e fissura de forma intensa, o impacto social maior do que a maconha, em função do comportamento violento que o usuário da “pedra” pode ter para poder obter dinheiro para utilizá-la.
Pode-se misturar crack com bebida ou outras drogas?
O crack eventualmente é fumado dentro de cigarros de maconha (“pitico” ou “basuco”), gerando efeito combinado das duas drogas. Também não é incomum a utilização de bebidas alcoólicas para potencializar algum tipo de efeito ou tentar reduzir o desconforto pela falta da substância depois do efeito agudo. Entretanto, o uso combinado de crack com bebidas alcoólicas ou outras drogas, pode ter conseqüências mais graves que seu uso isolado.
O crack prejudica também o feto?
O crack prejudica o desenvolvimento fetal por alterar a saúde física da mãe, e por passar à corrente sanguínea do bebê. Isso pode causar diminuição do fluxo de oxigênio para o feto, e baixo peso ao nascer, com graves danos ao sistema nervoso central e alterações nos neurotransmissores cerebrais. Também há maior risco de aborto espontâneo, hemorragias na mãe e no bebê, e trabalho de parto prematuro, além de diversas malformações físicas e dificuldades na amamentação.
O quer fazer se souber que alguém está começando a usar crack?
Encaminhá-lo imediatamente ao tratamento disponível na sua região. O crack avança rapidamente em direção à dependência. Portanto, quanto mais precocemente o usuário for auxiliado, maior será sua chance de recuperação.
Qual é a solução para os crackeiros de rua?
Eles devem ser abordados no local onde se encontram. As abordagens comunitárias, que levam em conta as condições de vida do usuário, são as que apresentam melhores resultados. É importante que o usuário perceba que a ajuda oferecida visa não apenas eliminar o uso do crack, mas também melhorar sua condição de vida atual.
Fonte:
Secretaria Nacional Antidrogas

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